segunda-feira, fevereiro 16

Duas maneiras de ver o mesmo fim-de-semana




(Aviso: Esta é uma história verídica, people!)




Ele


Chega a casa na sexta-feira decidido a colocar tudo em ordem. Afinal ele é o líder da casa. As crianças vão passar a fazer pouco barulho e só comerão comida saudável. A casa vai passar a estar em ordem e arrumada e mais importante ainda ela vai passar a fazer os seus pratos favoritos como a sua mãe. Está farto de comida sensaborona. E é isto que lhe diz assim que a encontra.


Acorda sábado de manhã deitado no sofá com um leve ruído de pratos: ela está a pôr a mesa com o serviço reservado às ocasiões especiais e serve-lhe um pequeno-almoço reforçado. Parece que a conversa da noite anterior deu resultados.


Volta a adormecer para voltar a acordar e adormecer. Na prática dormiu todo o fim-de-semana.




Na segunda-feira, muito descansado, resolve combinar uma pescaria em alto mar com os amigos: afinal sente-se como novo e tem direito a um sábado só para si.


Só na sexta feira lhe comunica este momento de lazer para que ela não ande toda a semana a azucrinar-lhe o juízo. Depois de algumas recriminações ela acaba por se levantar na madrugada de sábado só para lhe preparar um termo com café para a pescaria. Nada mau, comenta com os amigalhaços. Ela está a amansar. A pescaria corre bem e, o melhor peixe fica logo escolhido para oferecer à mãe, pena foi as dores de barriga e a diarreia que lhe deu umas horas depois de embarcar, situação muito pouco prática num barco de pesca, e que se prolongou pelo dia todo.




No Domingo, já recomposto, resolve ligar a uma amiga lá do trabalho para combinar um cafezinho. Não se passa nada, claro. É só uma amiga mas sempre que tenta ligar para o número que gravou no telemóvel vai parar a outro lado. As novas tecnologias são lixadas.




Ela


Chega a casa na sexta-feira já meio aborrecida porque sabe que ele vai começar com as suas tentativas de intervenção doméstica. Afinal estamos a falar do gajo que lhe queria ensinar a amamentar as filhas!!!


Serve-lhe a sopa que ele diz que não sabe a nada, a da mãe é que é boa, com um pouco de Sedoxil triturado. Para ela um almofariz é um bem essencial em qualquer lar moderno.


Surpreendentemente ele acorda no sábado para o pequeno-almoço. Ou o gajo está mais gordo ou ela enganou-se na dose. Tira a loiça especial por causa do açucareiro que já tem o açúcar com o sedativo. Por causa das miúdas tem que estar escondido.


Graças ao Sedoxil lá consegue salvar o fim-de-semana.




Na semana seguinte quando ele lhe diz que vai para uma pescaria fica lixada. Tinha pensado mantê-lo acordado pelo menos no sábado. Para ir ao cabeleiro precisa que alguém olhe pelas miúdas. Filho da mãe que não serve para nada!


Um casal deve manter-se unido e se ela vai levar outra vez com as crianças os dois dias ele também vai sofrer. Lá se levanta de madrugada para esmagar o Dulcolax que dissolve no termo com café que lhe prepara. Volta, então, para a caminha que aqui não há pão para malucos.




Quando ele chega no sábado à noite, muito mal disposto e com o rabo a arder pondera dissolver um sedativo mas desiste. Aposta que depois do que passou no barco vai dormir sem ajuda.




Aproveita a ocasião para lhe controlar o telemóvel. Lá está o número em marcação rápida que o parvalhão passa a vida a ligar a toda a hora e que ela não conhece. Altera o último dígito e grava novamente. A ela ninguém a come por parva!






E eu é que sou o peixe palhaço!!!???




terça-feira, fevereiro 10

Manneken Pis

Sempre que o Júnior está em casa e decide fazer xixi grita Bonequinha, o mano vai fazer xixi e de seguida oiço os passinhos dela a correr cheia de pressa pelo corredor. Esta corridinha é acompanhada por algumas interjeições de alegria. Anda! Anda, diz o míudo, depressa.
Quando chegam ao WC os gritinhos de alegria da Boneca aumentam e assim que vê a pilinha do irmão chega mesmo a bater palmas. Ele ri-se e diz é a pilinha do mano, a Boneca não tem uma mas não faz mal, é do mano...
E é sempre assim até passarem à fase em que ele tem que lhe desviar as mãos porque ela quer por força colocá-las debaixo do jacto de líquido amarelo e ele diz não Boneca, não não pode é xixi enquanto ri muito satisfeito.
Assim que se esgota o xixi lá sai à Boneca um grande oooooooooooh desolado mas tem sempre a resposta consoladora do Júnior que diz daqui a bocado há mais.
O Júnior,claro, pensa que todo o entusiasmo da irmã é pela sua extremidade de micção e fica com o ego em cima , muito feliz, sente-se importante e superior às meninas, até porque ele não sente nenhum entusiamos especial por qualquer parte da anatomia dela, dá-lhe tempo, penso eu. O que ele não sabe, e não sou eu que lhe vou dizer, é que ela reage com essa mesma alegria e entusiasmo quando vê a torneira do bidé aberta. Rsrsrsrsrsrsr
Eu não lhe vou dizer nada, afinal tem muito tempo para perceber, que não vai nunca perceber a motivação de uma mulher se a analisar com o seu cérebro masculino. É que as gajas são do caraças!
PS (salvo seja): Agora não pensem que estou na casa de banho desde o mês passado...Eu sou é um animal de estimação que gosta do contacto com a água.