quinta-feira, agosto 13

Amigo Imaginário



Desde que se conhecem que a Ana sabe que a outra sobrevive com a ajuda de um amigo imaginário.
Segue o conselho da Morena,  e resolve arranjar um para si própria.
Quem sabe se é disso que precisa? De um amigo imaginário...
 
A Morena foi muito precisa nas suas indicações, escolhe alguém com quem possas falar, que te faça rir, que te mantenha interessada pela vida, desperta.
Até explicou como era o dela. Um homem de estatura mediana, equilibrado. Um tipo na casa dos 50, com gosto pela poesia e pelas viagens, sem filhos pequenos. E com poder. Pelo menos com algum poder. Quiça até chefe de um pequeno estado...

A Ana pensou inicialmente num amigo imaginário extraterrestre. Seria apenas recuperar um antigo amigo imaginário de infância, não estaria a arriscar muito. Depois, resolveu apelar à mulher cosmopolita que sufocou durante demasiado tempo, decidiu-se por um terráqueo.
Um tipo da idade dela, isto é, com mais de 40 anos mas com a mania de que não tem mais do que 30, dupla nacionalidade, duas tatuagens, um piercing no umbigo, meio dred , descontraído , educado, filho de diplomatas, várias ex-mulheres e um filho apenas.
Deliberou que quando lhe telefona ele atende a cantar. Toca vários instrumentos e dança lindamente, fala pelos cotovelos e em pelo menos três idiomas.
Tem um senão, tem dias em que está meio cacimbado...mas também tem dias em que não está.

Enfim... ...et la boucle est bouclée...um extraterrestre mesmo.

Ela não disse, mas eu Jonas Peixes, acredito que quando esse wi fala é com prenúncia angolana...a Ana está convencida que com os angolanos ri mais e melhor...o pior é quando der para chorar...eheheheheh é tudo em grande em Angola.