Começou por ser o dia-a-dia de uma linda roedora de forte temperamento, a Dulcineia. Este blogue perdeu o norte com a sua morte até que o Jonas, o peixinho que não é dourado tomou conta dele. Quando o peixe preto se foi, o Papagaio Gaio marcou o início de uma nova era, a era do animal com pena. Tivemos pena, pois tivemos porque durou pouco e bateu a asa.E quando o blogue estava deserto de almas sarcásticas, eis que por ironia do destino o Jonas passou a publicar do além. Até hoje!
quarta-feira, fevereiro 22
Discriminação e tortura
Um destes dias enquanto folheava ou melhor mordiscava uma Flash da avó pensei cá para mim: estes gajos das revistas só aparecem com cães! Será que só é bem ter cão? E então os outros animais? Continuamos a ser discriminados claro! E eis que propósito deste pensamento me vem à memória uma cena que aconteceu aqui na colónia e que exemplifica bem isto. Um dia destes apareceram cá uns familiares da Ana. Vieram lanchar ou qualquer coisa do género. Quando chegaram escondi-me na minha casota pelo sim pelo não. Depois do barulho da praxe ter acalmado e já todos sentados oiço a voz da femea mais madura (podre?): Oh Ana o que é que tens ali? É uma coelha. Uma coelha? Num apartamento? (como se fosse a coisa mais estranha do mundo) Olhe tia Tágide, a tia Lídia (os nomes delas dão cabo de mim) deixou-a cá em casa contra a nossa vontade e como na altura não tive tempo para me desfazer dela foi ficando e agora estou tão habituada que já não era capaz. Estou a ver filha...(É aqui que entra o episódio dos Sopranos) Olha, a tia até não gosta muito de fazer isto (ar conspirador) mas se quiseres a tia mata-te a coelha e pronto tiras esse peso de cima! (ar de satisfação tipo o que uma pessoa faz pela sobrinha preferida). Sabe tia a Dulcineia não é do tipo de coelha que se come. Ai deste nome à coelha? (olhar avaliador da sanidade mental da Ana) Muito bem (pausa). É uma raça especial, é uma coelha anã. Oh, Ana, lá grande não é agora anã já é um exagero dava para um ensopado, tu é que sabes a tia matava-te a coelha mas se isto está neste pé... (ar tipo coitada da minha sobrinha) E assim se passou a tarde: eu na minha casota e a pseudo-ninfa do Tejo a olhar constantemente para mim pelo canto do olho com um olhar mortífero. Assim e para aqueles que pensam que ser abanada é mau imaginem o que é quando a Ana para me torturar começa a recitar o canto I de "Os Lusíades": E vós, Tágides minhas, pois criado Tendes em mim um novo engenho andante... É tenebroso.
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2 comentários:
lol
:)
Tenebroso é ensopado de coelha domestica!
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