domingo, maio 25

PSD


A Ana entrou no escritório e disse-me que se tinha filiado no PSD. Não reagi. Ou por outra, escondi-me dentro da minha caixa porque achei que tudo não passava de uma estratégia para me fazer sair da gaiola numa nova acção de beleza/higiene: cortar unhas, escovar, verificar dentição and so for.


Até já recebi o cartão! Aí percebi que era a sério e fiquei parada com a boca aberta por uns 10 segundos, o que caso não saibam é muito difícil na minha espécie, enquanto pensava nas hipóteses que teria de convencer o Pernas a entrar com uma acção judicial de interdição da Ana. Oh, Ana! Pensava que nós éramos raparigas de esquerda! Desculpa Dulcineia mas tinha que ser. Estou farta de ser descriminada por ser demasiadamente intelectual e coerente. Algumas pessoas até me acusam de ser pouco humana. Mas agora posso esfregar-lhes o cartão do PSD na cara. Tinha que aproveitar agora com esta história do Luís Filipe Menezes. Posso enfim provar que posso ser boçal, histérica, emotiva, incoerente. Provar que consigo estar 10 anos sem liderar nada, sem manipular ninguém de forma eficiente. Sei lá Dulcineia, até já me imagino a contar piadas acéfalas no serviço. E depois tenho tanta pena do PSD. Tiveram tudo e agora não têm nada. E o PS a fazer de conta que é o PSD também não ajuda. Como é que o PSD pode voltar a ser o que era se o PS está com a mania que é o PSD? O que é que tu queres, é a minha faceta de defensora dos desprotegidos. Chama-lhe caridade se quiseres.


Olhei bem para o cartão que ela tinha na mão. E tive de lhe dar razão. Dava pena. Os cartões do PSD até estão a perder a cor, são agora de um laranja muito desmaiado (a tender para o rosa?). Caridade? Não. Caridadesinha...

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