sexta-feira, novembro 28

A Amadora Conta?

Um destes dias durante uma pausa no serviço a conversa foi parar aos imigrantes e à imigração. Um dos meus colegas, que é super divertido, e a quem perdoo todas as afirmações polémicas, que acabam por nos fazer rir até às lágrimas disse:
- Pois é, people, há zonas de Lisboa em que um gajo pensa que não está Portugal. É só p...
Aqui pára, olha para mim a pedir ajuda porque quer evitar aquela palavra que quer sair. Eu ajudo e digo já meio a rir:
-É só minorias étnicas.
Claro que esta afirmação provoca muito mais gargalhadas nos outros do que se ele dissesse o que estava a pensar.
- No outro dia fui ao Babilónia e aquilo estava cheio de lojas de p..., olha de novo para mim com ar divertido, está cheio de lojas de minorias étnicas. Supermercados, cabeleireiros, é o caraças. Pá até parece que um gajo está em África!
- A Amadora conta? é o que se ouve quase em coro na sala assim que ele termina a frase já com o pessoal todo a rir à gargalhada. Quem é que não viu esta peça dos Gatos Fedorentos com o Professor Chibanga a fazer a pergunta? É de facto hilariante.

Esta história da "Amadora conta?" levou-me de imediato para uma outra história que se passou comigo na Amadora no inicio dos anos 80...
Aproveitando o feriado municipal de Cidade Satélite, no tempo em que até as escolas faziam ponte, rumei à Amadora onde vivia uma das minhas tias para um fim-de-semana prolongado (o que não era de todo um hábito). Fui ter com ela à Escola Secundária onde trabalhava. Cheguei cedo e tive que esperar dando uma volta por lá. Recordo-me que estava muito nervosa/curiosa porque estávamos no final do ano lectivo e no ano seguinte eu iria passar do Ciclo Preparatório para a Escola Secundária (para o 7º ano unificado como se dizia na época).
Fui até ao campo de jogos onde decorria um partida de andebol. Jogos de equipa nunca foram o meu forte se exceptuarmos o futebol ou o rugby. Assim quando me convidaram para jogar recusei dizendo que não me podia demorar. Voltaram a insistir mais tarde, deviam ter mesmo falta de um jogador, e disseram-me que se mudasse de ideias só tinha que dizer.
A dada altura vi a minha tia ao longe a fazer sinais para ir ter com ela, despedi-me do pessoal do jogo e lá fui toda satisfeita. Afinal ir para o Liceu não seria assim tão mau. Ela, que afinal de contas me tinha tido sempre debaixo de olho sem que eu soubesses, assim que me aproximo diz com um ar pesaroso:
- Então foste pedir para jogar e não te deixaram jogar...
- Não. Eles é que me convidaram, disse eu.
A minha tia arregalou os olhos incrédula.
-Eles queriam que tu jogasses com eles!? Filha isso não é normal. Aqui nesta escola há uma grande rivalidade entre brancos e pretos. ( Escusado será dizer que mais uma vez nem sequer me passou pela cabeça pensar neles como pretos ou brancos. Era uma classificação que eu ainda não tinha interiorizado. E lá tive que levar com a questão racial sem estar mesmo nada à espera.) Aqui os pretos só se juntam aos brancos para andar à pancada. Como é que é possível? Pediram-te para jogar? O que é que eles viram em ti?
Não se calava com isto. Olhava para mim com um ar curioso, perplexo, como se de repente tivesse descoberto que a sua sobrinha era encantadora de serpentes ou domadora de leões. Aquilo já me estava a enervar até porque não acreditava que as coisas fossem assim tão radicais.
Mas o pior ainda estava para vir porque optou por contar isto tudo à família toda sempre com um ar de quem tinha presenciado um milagre qualquer e queria passar testemunho. Fartei-me de receber olhares do tipo "esta miúda não é normal"...
E foi assim que ganhei fama de Negro Lover ... É que nem dá para acreditar!...

quarta-feira, novembro 26

São pretos

O Júnior partiu o coração à Ana e não foi porque ela teve que ir novamente com ele para o Hospital de Santa Maria, pela segunda vez em 5 meses, por causa de mais uma brincadeira mal calculada. Não. O problema é que o miúdo está naquela fase em que começa a pensar por ele próprio e como já seria de esperar não pensa como ela em algumas coisas. E isto provoca-lhe uma certa melancolia.

Um noite destas, pedagogicamente, os dois comentavam os artigos da Newsweek desta semana, quando ouvi a Ana dizer apontando para uma fotografia:
- Olha Júnior, este é o novo presidente dos EUA. E esta é a sua família. Os EUA é o país onde mora a tia. Já viste?
O Júnior olhou com ar meio desinteressado, maçado e lança a bomba:
- São pretos, e volta para o desenho que estava a fazer de uma máquina de não sei o quê.
O "são pretos" foi dito num tom pouco simpático, de descaso, semelhante ao tom que utiliza para se referir às meninas e às suas brincadeiras pouco interessantes e até mesmo patetas. Para ele as meninas são mais do que de um género diferente são mesmo uma espécie à parte.
- Então se eles são pretos tu és o quê?, pergunta a Ana.
- Eu sou claro!, diz como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.
- Claro, resmungou a Ana...Eu acho que se eles são pretos tu és branco, não é?
- ´tas tonta , não? Eu não sou branco, branco é isto , diz apontando para a folha de papel que tem no colo.
- Eles não são pretos, preto é isto diz a Ana apontando para o casaco, tentando imitá-lo. Eles não são pretos. Quanto muito são castanhos ou então escuros.
- Não é nada, voz de nanainina, não são nada escuros. Eles são pretos, não vês que são pretos? E aponta para a fotografia da revista, já com um leve tom de desprezo, tipo a mãe está cega ou que? Eu sou claro, diz. E acabou. Não quero falar mais sobre isto.

Eu continuei a nadar como se de nada se tratasse mas pelo canto do olho bem via o ar desanimado dela.

Jonas, ouviste isto? Como é que é possível que isto me esteja a acontecer? Logo comigo que sou colorblind até ao absurdo. Já sei que em relação às meninas isto vai passar de desprezo a preso em alguns anos mas, e o resto? Onde é que ele foi buscar esta ideia?
Branquinha, minha linda, estás a exagerar. As coisas são como são. E muitas vezes são mesmo assim. A preto e branco.

segunda-feira, novembro 24

As aranhas têm família???

Ao contrário da minha antecessora não costumo comentar aqui o que acontece no aquário. Sou uma criatura mais virada para o exterior. A Dulcineia é que era dessas coisas talvez porque estivesse quase sempre em conflito com a Ana. Havia de facto uma competição entre fêmeas. Eu, ao contrário da Dulcineia, gosto incondicionalmente da Ana. Agrada-me, diverte-me e se postasse sobre ela seria sempre parcial.
No entanto esta noite não resisti porque aquilo que se passou deixou-nos a mim Jonas e a ela Ana a pensar.
Hoje à noite a Ana distraiu-se ocupada num dos seus projectos alternativos e esqueceu-se do Júnior na sala. Passou a hora de dormir e eu e o miúdo ficamos a ver a novela. Quando de repente a Ana chega à sala, meio apressada, o Júnior aponta para a TV e diz:
- Este é o senhor que matou um cão. É mau. E o cão morreu de olhos abertos, sabias?
- Não devias ver isto, já é muito tarde, vamos dormir, respondeu a Ana com um ar culpado.
- Mas ele matou o cão, insistiu ele.
- Como é que sabes? Se calhar não foi ele...
- Já vi isto mais vezes com a avó. Ele é mau. Tem mau humor. Olha, é como o pai!
- O pai não é mau, Júnior. Por exemplo o pai nunca matou um cão!
- Pois não. Mas matou uma aranha, que eu vi! E uma aranha é um animal, não é? Então matou um animal. E uma aranha tem família, não é? Então? É mau.
A Ana ficou a olhar para ele sem dizer uma palavra. Eu fiquei de boca aberta, impressionado com o pensamento lógico dele, afinal tem só cinco anos. Ele ficou a olhar para nós os dois. Abanou a cabeça e disse:
- Então, mãe, anda lá, vamos para o meu quarto. Hoje quero que me contes uma história que não venha num livro!
Subiram a escada e eu fiquei a pensar:

Mas será que as aranhas têm família?

sexta-feira, novembro 21

Mais humor branco

Foto: Louva a Deus, pois claro!

Já a Palin tem uma atitude diferente face à derrota e a propósito de se recandidatar às próximas presidenciais diz:

"I´m like, OK, God, if there is an open door for me somewhere...show me where the open door is"

E viva a auto-estima.

quinta-feira, novembro 20

Humor branco


Não pude de deixar de ficar surpreendido com a resposta que John McCain deu a Jay Leno quando ele lhe perguntou como estava a reagir ao facto de ter perdido as eleições com Obama:


"Well, I´ve been sleeping like a baby. I sleep two hours, wake up and cry. Sleep two hours, wake up and cry"

("Bem, tenho dormido como um bebé. Durmo duas horas, acordo e choro. Durmo duas horas, acordo e choro")


Então não é que o cota tem sentido de humor!!!

segunda-feira, novembro 10

A 2ª vez que vi um preto

E ela a dar-lhe, disse-me o Jonas, quando lhe falei nesta ideia de retomar este tema. Achas mesmo que alguém vai querer ler uma postagem dessas?
Jonas, se eu quisesse que me lessem publicava um livro de autor e vendia-o porta a porta, não achas? Não escrevia neste blog mal frequentado, não é?
Porque é que não consigo arranjar um animal de estimação que me estime?
Não consigo parar as minhas memórias só porque são meio despropositadas. As minhas desculpas desde já aos três leitores desde blog.

Como disse antes a questão da cor não se colocava na Cidade Satélite. Era uma cidade pequena e sossegada com meia dúzia de personagens exóticas como o pastor protestante de que já falei ou o vizinho que se dizia ser cigano e que pirateava aquelas K7 enormes que existiam na época ou ainda aquele bêbedo que levava a vida a fazer de polícia sinaleiro.
Esta monotonia só era quebrada pelas férias de verão no Algarve. Todos os anos passávamos pelo menos um mês em Lagos. Lagos estava cheia de estrangeiros principalmente nórdicos cabeludos mas também se viam alguns espanhóis, franceses, portugueses, etc. Era a época das praias desertas e do pessoal de rabo ao léu. Havia espaço para tudo e para todos.
Todas as tardes me sentava lá fora a ver passar as pessoas ao fim do dia. Havia um casal que me tinha despertado especialmente a atenção. Falavam em francês e ele era mesmo muito alto e ela mesmo muito pequenina. Tinham um filho pouco mais velho do que eu, talvez 8 ou 9 anos, mas que já estava mais alto que a mãe. Aquilo fazia-me uma impressão horrível. Só pensava como é que era possível uma mulher tão pequena ter um filho tão grande e sobreviver ao parto? Ficava toda arrepiada só de pensar...

Um dia eles passaram enquanto o meu pai estava sentado ao meu lado e eu fiz um comentário qualquer sobre essa família porque queria perceber qual seria o risco se um dia casasse com um homem enorme. Não me lembro da pergunta que fiz mas lembro-me da resposta do meu pai. O meu pai começou a discorrer por aquilo que ele pensava ser o assunto. Disse-me que em Angola tinha visto alguns casos assim. Que não era comum mas que podia acontecer. Mas que muitas vezes não funcionava por razões culturais. Eu que estava à espera de outro tipo de resposta fiquei de olhos arregalados com a resposta. Pensava que eram todos franceses, disse. Isso não sei, disse o meu pai, mas sabes estes casamentos entre pretos e brancos acabam por ser relacionamentos mais frágeis. Acho que o deixei de ouvir. Pretos e brancos?... Mas então não estamos a falar de homens grandes e mulheres pequenas?, pensei eu. O meu pai continuou a discorrer enciclopedicamente como de costume sobre aquilo que era para ele o assunto quando eu o interrompi para perguntar qual deles era o preto e qual era o branco. Aqui o meu pai olhou para mim como se de repente a sua inteligente filha tivesse desaparecido. Mas tu não vês que ela é preta?, perguntou. Não me digas que não consegues destinguir um preto de um branco? Ainda balbuciei que ela parecia um bocadinho mais escura mas que ele também estava escuro...

Agora até a mim me parece incrível esta história mas naquela época as pessoas passavam tanto tempo na praia e ao sol que todos mas todos acabávamos pretos. Até eu. Durante alguns dias passei o tempo a tentar destinguir os pretos dos brancos na praia. Enganei-me tantas vezes que o meu pai um dia aborreceu-se comigo a sério porque acreditava que por alguma razão eu só queria gozar com ele e eu dei por terminada a minha pesquisa.

Voltámos para a Cidade Satélite e a questão nunca mais se colocou. Mas os tempos estavam a mudar com a independência das colónias e o afluxo dos portugueses ultramarinos de todas as cores...

sexta-feira, novembro 7

Dilema de pobre

Jonas,
Que fazer quando nos pedem para apoiar um partido e nós já nos comprometemos com o partido concorrente? Estou com um problema ético.
Problema ético? Tu estás é com um problema de pobre! Tens que pensar como um rico: apoias os dois! Um deles vai ganhar e tu ganhas sempre!!!
Branquela burra...

quarta-feira, novembro 5

Pila

No words. É assim que fiquei. Sem palavras. De boca aberta com a conversa que ouvi entre a Ana e e mãe dela.
Tudo começou com a mania que o Júnior tem agora de dizer Pila. Assim sem mais nem menos e por tudo e por nada. Está sentado a ver o Canal Panda e de repente grita Piiila seguido de uma risada tipo Joker do Batman. A meio da refeição grita Pila e diz que almoçou na escola cocó com xixi e depois Pila. Ou então diz o já histórico "vê lá se levas com a pila". Tudo isto acompanhado com gargalhadas de voz grossa.
Eu pessoalmente acho isto espectacular. Revela a sua masculinidade. Afinal ele é um macho e tem pila.
Infelizmente as fêmeas deste aquário não pensam o mesmo. Excepto a Boneca que acho o máximo tudo o que o Júnior diz e tenta também dizer Pila mas como ainda não fala imita só o tom de voz.
Apanhei a avó Livi a tentar reconfortar a Ana dizendo o típico, isso passa, é só uma fase, vais ver que ele esquece o assunto...
Isso passa? É só uma fase? Ele esquece o assunto? Como é que alguém consegue chegar a uma idade tão avançada sem perceber nada de nada?
É CLARO QUE NÃO PASSA! É ÓBVIO QUE NÃO É UMA FASE! E NEM SEQUER CONVÉM QUE ELE ESQUEÇA O ASSUNTO!
A PILA COMANDA A VIDA DE QUALQUER MACHO. CAMBADA DE IMBECIS.

domingo, novembro 2

Se os peixes pudessem votar...


Se os peixes pudessem votar eu votava Obama! E depois quem sabe? Com Obama na Casa Branca the sky is the limit, right? Se um mestiço pode chegar à presidência dos EUA imagino a que destino glorioso pode aspirar um peixe preto como eu...I have a dream today.

sábado, novembro 1

A 1ª vez que vi um preto


Talvez este não seja o blog mais adequado para uma postagem desta natureza afinal foi iniciado por uma coelha, entretanto falecida, e está a ser continuado por um peixe. No entanto este tema da cor era muito querido à Dulcineia tendo sido abordado por ela algumas vezes. Ela que era preta e branca sem ser mulata. E depois o continuador deste blog é completamente preto e eu sou branca. Há ou não há condições de continuidade?

A ideia desta postagem surgiu depois de ler um artigo na Revista Sábado em que se retrata a vida em duas cidades separadas por uma ponte, a maior ponte do mundo, porque vai da América a África. :-) Benton Harbor tem 92% de habitantes pretos e em St. Joseph 90% são brancos. A dada altura uma das entrevistadas diz que a primeira vez que viu um preto era já uma adolescente.

Isto fez-me pensar também. E eu? Quando foi a primeira vez que vi um preto? Não que isto tenha muita importância, ou tem? No entanto lá vasculhei a memória até encontrar aquela primeira vez.

Na Cidade Satélite, onde cresci, não havia pretos. Só brancos. Um dia correu um zunzum no bairro que o irmão do pastor evangélico que lá vivia tinha casado na América, para onde tinha ido estudar, com uma preta americana. Eu tinha 5 anos e aquilo entusiasmou-me imenso. Fiquei com a cabeça cheia de questões práticas. Para mim um preto era um tipo pequenino com uma lança e uma saia de palha. Tal e qual como a aparecia nos filmes a preto e branco do Tarzan que passavam ao Sábado ou ao Domingo na TV. Uma das coisa que me preocupava imenso era se ela não teria frio no Inverno vestida daquela maneira. Tencionava também perguntar-lhe se era verdade que comia pessoas porque me parecia uma fantasia estranha. Queria ainda saber se conhecia o Tarzan e se sabia porque é que ele e a Jane viviam numa árvore e não numa casa como a dela lá em África. E porque é que o Tarzan só se dava com macacos e outros animais e não com as pessoas que lá viviam? E porque é que ele não conseguia aprender a falar a língua da Jane em condições? E depois queria que me explicasse como é que conheceu o marido na América se ela vivia em África. Estava tão excitada que até tinha dificuldade em respirar.

Era um Domingo e estávamos todos em casa. Assim que pude escapei-me para casa deles 3 ou 4 vivendas acima da nossa e fui lá bater à porta. O pastor tinha uma filha Ana, como eu, de quem era amiga e por isso tinha acesso quase livre à casa deles. Para grande desgosto meu já iam a sair todos. Eram mais do que o costume mas acho que nem olhei bem para as pessoas. Ainda pensei em perguntar à Ana pela tia preta porque não a via em lado nenhum mas não sei porquê contive-me e ainda bem acho eu. Voltei para trás com eles, sem fazer nenhuma das minhas perguntas.Passámos em frente à nossa casa, eu entrei para o meu quintal e eles continuaram. A minha mãe estava ao portão assim como a vizinha do lado e outros vizinhos das outras casas.

Quando se afastaram gritei com a minha mãe. Afinal enganaste-me não havia preta nenhuma! A vizinhança começou toda a rir. Então, não me digas que não viste aquela senhora alta e escura? Era ela a preta. Eu olhei para a minha mãe sem querer acreditar e ainda argumentei com um certo desdém ( quando era miúda achava quase todos os adultos pouco inteligentes, excepto o meu pai claro, e mais um ou outro felizardo...de resto dificilmente tinham resposta para as minhas inúmeras e muitas vezes disparatadas questões...) que a tal senhora devia era ter apanhado muito sol na praia. Mais risota dos adultos e eu acabei por me desinteressar pelo tema: afinal um preto era uma pessoa igual às outras e aquela senhora escura deveria saber ainda menos do que eu sobre os problemas do Tarzan.