terça-feira, abril 18

Mais um ano em que o Natal foi na Páscoa...

Depois dos últimos acontecimentos confesso que estava curiosa sobre a forma como iria ser celebrada a Páscoa aqui na colónia. Teria lugar a Páscoa Cristã ou a Pessach Judáica? Pois nem uma nem outra. No dia 15 de Abril celebrámos, tal como no ano anterior , o Natal! Passo a explicar a origem deste estranho ritual. Então é assim, a Ana tem uma Prima que invariavelmente todos os anos se apresenta aqui na colónia com a família dela para a troca de prendas e para a consoada de Natal na Páscoa! Durante todo o ano ela e a Prima falam ao telefone e todos os meses combinam um encontro para lanchar ou almoçar. Pelo que pude perceber de início o Pernas organizava tudo com o marido da Prima, o Oceano ( e eu ainda me queixo porque me chamo Dulcineia...) mas no último instante elas desmarcavam tudo e para surpresa de todos voltavam a combinar tudo para o próximo fim-de-semana para voltar a cancelar para voltar a marcar para voltar a desmarcar e assim passam normalmente os anos. Conversa típica para esses dias: A tua Prima não vem cá almoçar hoje? Hoje? Sim hoje! Vocês combinaram. De certeza que ela não vem! Não vem? Olha lá Pernas para que é tanto espanto então tu não sabes do acordo? É simples nós marcamos mas na prática não nos damos ao trabalho de aparecer...E agora quem é que come os frangos assados que comprei, e os rissóis e....Olha come tu quem é que te manda ser parvo e ligar às minhas combinações com a minha Prima? Não tens nada de te meter, isto dura há anos e não és tu que só cá anda há meia duzia deles que vais alterar isto. O Pernas já não ouve o resto, refugia-se na cozinha e entretanto tropeça nos sacos do supermercado cheios de coisas para o almoço...Perante isto uma questão impõe-se: porque carga de água escolhem elas a Páscoa para se encontrarem? A resposta é simples. Estamos a falar da Ana e da Prima duas gulosas de primeira que naturalmente não resistem aos bombons que só aparecem no Natal e que aproveitam para oferecer uma à outra e que como são frescos têm que ser consumidos poucos meses depois...ou então estão estragados. Ou seja, elas no fundo só se visitam no limite... não não é no limite da saudade...é no limite do prazo de validade. Bom Natal!

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